Na manhã desta quinta-feira, 07, aconteceu a mesa 4 na programação do 44º Ciclo de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, no Congresso da Intercom.

Com o tema: “Sobre o direito e o dever de resistir: a comunicação na trincheira” a coordenação foi feita pela professora Nair Prata (UFOP/INTERCOM) com mediação de Erick Felinto (UERJ). Para debater o assunto, foram convidados os professores Fernando Oliveira Paulino (UnB/Socicom); Helena Martins (UFC); Marcos Dantas (UFRJ).
Para Fernando Oliveira, “a desigualdade é uma marca histórica do nosso país e o que vai fazer com que haja desafios na comunicação. É essencial levarmos em conta que por mais que tenha um crescimento ao acesso de informação, há hoje um número de brasileiros com acesso desigual, sem acesso a internet ou acessam a internet por telefonia móvel.
Isso limita a experiência no contato com a internet, porque é evidente que as tecnologias têm promovido novas ferramentas, mas não têm oferecido condições de checagem de informações”, afirmou. Ele argumentou ainda que é necessário não apenas habilitar a recepção das mensagens, mas a receptividade de uma informação adequada.
A professora Helena Martins destacou em sua fala que “a crise mais recente demanda um uso dos meios de comunicação com uma perspectiva mais estratégica das próprias materialidades que temos hoje. Se a comunicação é identificada como processo do capitalismo, temos hoje a combinação de progresso e devastação. Um modelo sistêmico de destruição da vida, do meio ambiente”, alertou. Helena ainda citou Paulo Freire quando disse que reconhece a cultura como relação humana.
A manhã também foi movimentada na sessão 10 do Intercom Júnior no grupo Interfaces Comunicacionais. O tema central girou em torno da “Comunicação especializada” e teve a coordenação dos professores Dario Brito (UNICAP) e Vinicius Ferreira (UFRJ).
A debatedora da manhã foi a professora da Unicap Carla Teixeira. Sobre o Jornalismo Ambiental, ela destacou “o quanto se está reproduzindo um jornalismo que não abarca todas as diferenças. Percebo um estranhamento, pois as empresas colocam a responsabilidade no jornalismo ambiental, nesse caos ambiental vivido. Mas uma indústria que usa muita água para fazer um jeans, por exemplo, é causadora de uma parcela maior de caos ambiental. A população não tem acesso ao jornalismo ambiental e isso faz com que adotar um novo estilo de vida sustentável seja inviável e financeiramente distante”, alertou.

Vinicius Ferreira ressaltou que “percebemos muitas políticas públicas errôneas. Pantanal e Amazônia sendo destruídas e fenômenos como o efeito estufa crescendo ́ ́. O professor afirmou também que a partir de um jornalismo ativo e consciente, essas questões podem ser combatidas.
Ainda na manhã desta quinta, aconteceram as apresentações de artigos nos Grupos de Pesquisa. O tema “Comunicação, Divulgação Científica, Saúde e Meio Ambiente” foi coordenado pela professora Adriana Omena (UFU) e teve a participação da debatedora Camila Collato.
A programação segue durante todo o dia.